terça-feira, 30 de novembro de 2010

Rio 40º de incêndios em ônibus

Domingo, dia 21/11/2010, começa uma suposta manifestação de poder. Poder que não vêm do trono de reis, nem tampouco de uma poltrona confortável à la "Poderoso Chefão". A ordem sai da penitenciária, de presídios que são sustentados pelos impostos de cidadãos, e que se tornam de alguma forma, "reféns" de uma série de atentados contra o poder público. A intenção é machucar, matar inocentes? Acredito que não, mortes de inocentes são apenas um efeito colateral. Ou melhor, se haverá mortes, o que interessa? O que importa?
 Ter o poder.
Lar doce lar dos chefões (e porque não dizer central de operações do tráfico?)

 Ter o poder, talvez seja para assegurar uma série de coisas que na minha opinião, reforçam o ego e desejos cada vez mais gananciosos de ter mais. Uma "instituição" que se encontra ameaçado por uma força diferente, tende a encontrar alternativas para se manter ou continuar na ativa, é a lei natural da sobrevivência: um animal ameaçado tem que correr, lutar ou usar de alguma artimanha para continuar na sua corrida evolutiva de sobrevivência. Nesse caso, é a força do Estado que vinha ameaçando este poder considerado paralelo, mas que era e é principal em muitos lugares.
 E essa força é também algo resultante de um processo histórico, não sou historiador/sociólogo para entrar mais a fundo nisso. Embora ache fundamental para esse assunto alguém dessa área do que um psicólogo "in potentia". Os indivíduos presos e aqueles que estão soltos são resultados de algo que vinha sendo negligenciado e que hoje, por questões políticas e econômicas provavelmente (afinal, turismo é importante para um país tropical, imagine em época de Copa do Mundo e Olímpiadas), têm se voltado o olhar para essas áreas abandonadas (será uma forma de jogar a poeira por debaixo do tapete?).
O poder paralelo começa a gritar: ônibus são incendiados, pelo menos eles deixam pessoas saírem, afinal, os moradores das comunidades que em parte sustentam esses chefões moram lá também. E depois, dizem que são os de Brasília ou do governo que sabem ser políticos. Domingo, segunda, terça e na quarta, há um prenúncio de que a situação é mais feia do que parece, circularam boatos de que o governador decretou estado de sítio (estava na faculdade, em meio a apresentação de um trabalho quando me vem essa notícia). Saio de uma UERJ quase vazia e pego um metrô para pegar uma kombi improvisada, pois o ônibus que iria pegar já não estava mais circulando. Chego em casa sem saber nem esperar o que iria acontecer no dia seguinte.
Um "churrasco" de ferragens para demonstrar um poder que está decaindo
Acho mais interessante postagens curtas então irei relatar amanhã minhas impressões e experiências desse evento.