Com o atraso de uma semana, pude saber do vencedor na categoria revelação do Grammy 2011 e me deparo com a figura inesperada de Esperanza Spalding (multi-instrumentista de jazz, cantora e também professora da "Berklee College of Music") ao invés da vitória de Justin Bieber (cantor pop).
Particularmente, olho com certa desconfiança para o que é apresentado pela mídia hoje em dia. Muitas vezes, botam uma ou duas músicas para tocar nas rádios ou aonde quer que seja apresentando como "hit". O que pode algumas vezes, a música ser muito boa. Não sou contra o pop, apenas vejo que tudo, especialmente aquilo que é popular, tem que ser visto com um olhar crítico e pessoal. Ao invés de aceitar incondicionalmente, fazendo parte de mais um entre a multidão sem referências a mais que podem moldar a personalidade. Já houve casos em que achava legal uma ou duas músicas de alguma banda ou artista e quando fui baixar o cd e as outras músicas estragavam literalmente o cd, por abordarem o mesmo tema nas letras ou por conterem os mesmos arranjos ou ambos! Um insight que me surgiu agora é que as pessoas (e eu também me incluo como pessoa...) transferem a qualidade de uma obra para o artista/banda e passam a aceitar sem limites tudo o que é feito por eles (não é a toa que tem artista escarrando em cima do público e esse público acaba gostando disso, nojento mas é a realidade).
O que é mais tosco ainda, são os ataques virtuais dos fãs em páginas da internet da cantora, desejando a morte dela e o escambau a quatro. Para mim, é mais uma forma de
trollice da web, uma manifestação por demais emotiva e desnecessária. É a adolescencia do mundo superglobalizado pela internet.
Além do mais, é como se Esperanza Spalding fosse culpada de ter ganho o prêmio. Se eu ganho algo, é porque mereci aquilo de alguma forma ou o doador quis me dar aquilo, certo? Se a moça talvez é culpada de alguma coisa, deve ser por ter longos anos de dedicação musical, um domínio incrível de diversas linguagens musicais, de vários instrumentos e um controle vocal, conseguindo botar a pressão no momento certo e ser suave quando preciso. Uma coisa que acho até importante de enfatizar, esse domínio de várias linguagens musicais a permitem fugir dos clichês musicais atuais e presentes.
Esse é a minha análise pelo que ouvi em seu último álbum "Chamber Music Society" e li em sua biografia. Fui escutar também o "My Worlds" do Bieber. O álbum do Bieber é até maneirinho, para uma festa, colocar uma ou duas músicas. Porque parece que há uma tendência neste álbum de manter sempre o mesmo clima, não surpreendendo muito, ou melhor, não surpreendendo em nada. E dei uma olhada em sua discografia, pelo menos aparecem três cds, a mesma quantidade de cds produzidos pela Spalding, sendo que de produção de músicas, achei o trabalho muito fraco. Muito fraco olhando pelo fato de que várias músicas se repetem nos 3 cds e são poucas músicas novas em relação ao fato de que são 3 cds produzidos. E apesar do muleque cantar bem, fiquei cansado da voz dele. Depois de umas 5 músicas, vou parar de escutar Bieber escutar e conhecer um pouco da
Mallu Magalhães.
A minha posição fica a favor da Esperanza pela vasta experiência musical que esta possui e pelos atributos e da minha análise pessoal mencionadas anteriormente. E esse post é apenas uma manifestação daquilo que penso, se for escutar algo do Bieber futuramente e gostar poderei até mencionar por aqui. O que você acha a respeito?