sábado, 4 de dezembro de 2010

Rio de Janeiro em estado de sítio (postado atrasadamente)

Ta achando que é a postagem sobre algum filme? É a vida real!

 Quinta feira, dia 25/11/2010 às 6:30 hs, acordo com uma dúvida: ir ou não ao estágio? Como iria sair no horário de 9:00 hs, ainda havia muito tempo para analisar a situação. 9:00 hs, descobri que não havia ônibus circulando para aonde ia. Ok, para alguém que disse que poderíamos continuar levando uma vida normal apesar da situação, muitos puderam dizer que não era bem por ai.
 E agora, um novo episódio se inicia: Marinha se une com os "puliça" para conquistar a terra prometida de Vila Cruzeiro, um ambiente fechado e, repleto de obstáculos. Já foram em um labirinto? Então, é como se fosse, só que com casas e algumas pessoas armadas. Aliás o Complexo do Alemão é assim: um labirinto enorme de escadas e becos. Ao ver na televisão os veículos se dirigindo logo me vem a mente: "a coisa vai ficar mais feia do que parece".
Olha o "Comprexo" ai gente! Tão grande que nem cabe na foto!

 Vou durmir, e sou  acordado com a notícia de que o pessoal do Comando estava fugindo para o Alemão. Que cena espetacular! E olhe que nem é filme! Com a Globo filmando aquela muvuca fugindo pra salvar a vida... o que será que ela esperava? Que Bope metesse tiro neles e os "Direitos Humanos" caíssem em cima dessa atitude? Toda ação tem alguma reação específica que vem acompanhada de efeitos colaterais. Não me cabe dizer aqui o que acho da Globo.
Logo, barulhos de tudo que é tipo de arma e até mesmo bombas (pelo menos senti um certo tremor no meu apartamento) são ouvidos. Claro, eu já estava deitado no chão. Até que em uma dessas, dão o golpe de misericórdia nos planos pro final de semana: um tiro no transformador. Todos os projetos acadêmicos tiveram que ser feito desesperadamente no meio de semana por conta disso, fora que deixei de levar a minha vida social normalmente. Sem luz, sem internet e sem sair nos dias que viriam.



 Globo! Como sempre, dando notícias em primeira mão
Já estava previsto, a estrada do Itararé, estaria sitiada. Não haveria condições de sair lugar nenhum. O que confirmou ainda mais minhas previsões, foi o anúncio na sexta feira de que iriam juntar todas as forças armadas para invadir o Alemão. Mas interessante, um plano de invadir um simples lugar levou a uma situação maior ainda. Um plano que une além dos "puliça" militar, civil, Bope e Marinha, uniria também Exército, Aeronáutica e Defesa Civil. Pronto vai ter guerra, vão explodir o Complexo do Alemão pra tudo que é lado!

Depois dessas fotos, já dá pra imaginar né?
Você acredita que eles  conseguem  acertar o alvo desta altura?
 Estava tudo cercado. Tanto que, ao sair de casa, nunca vi tanta gente das forças armadas distribuída nas entradas, prontos para meter bala. E nesses 3 dias de "descanso" em casa: entre alguns barulhos de tiro quando o helicóptero passava, a agonia da negociação de sábado (vão invadir ou não??), a invasão tranquila, pensei que haveria mais reação do poder paralelo, que a coisa ia ficar feia mesmo, ouvir barulho de tiro adoidado. No final, foram só alguns tiros para entrar e... pronto, invadimos e estamos prendendo os criminosos, todas as suas drogas e armas (será?).

Como nossos antepassados indígenas, pintados para a guerra
 E a coisa está até hoje assim, em menor proporção claro. Pela mídia, as coisas parecem até "bunitinhas" do tipo: estamos salvando o Complexo do Alemão. De certa forma há um marketing para essa situação toda: Copa do Mundo vem aí, Olímpiadas mais para frente... e temos que dar uma limpeza na cidade. Acredito que hajam informações que têm sido omitidas, embora essas fontes de informação fácil que qualquer um publique seja 100% verdade, mentiras existem, não é mesmo? Resta-nos saber o que vêm pela frente.
 Há boatos de possíveis operações na Rocinha e em vários outros lugares. Será que há estrutura para isso e poder continuar no Complexo do Alemão ao mesmo tempo? Para quem não sabe, o Complexo é muito complexo mesmo. É enorme e como já disse, muitos becos, vielas.
 O que se espera, é que não haja mesmo oficiais abusando do poder que o Estado lhe confere, como alguns meios na internet têm denunciado. Não sei se essa esperança soou meio utópica...

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